Resenha de O Corvo (1994), o filme de Brandon Lee baseado na HQ gótica de James O’Barr

Recentemente, eu trouxe a Resenha de O Corvo, HQ de James Barr. Agora, que tal trazermos também a resenha do filme O Corvo (1994), o filme de Brandon Lee baseado na HQ gótica de James Barr?  O Corvo é uma adaptação cinematográfica de sobrenatural e sombria criada por James O’Barr que gira em torno do personagem titular Eric. Originalmente, James O’Barr criou a obra como um meio de lidar com a morte de sua noiva em um acidente provocado por um motorista bêbado. E não demorou para que a obra se tornar um sucesso underground, assim como receber uma adaptação cinematográfica de mesmo nome em 1994, com Brandon Lee como o protagonista. Além disso, também há sequências de filmes e uma série de televisão, mas que receberam uma visibilidade menor.

O filme teve sua produção em 1993 e lançamento em 1994, co-escrito por David J. Shaw e John Shirley, e dirigido por Alex Proyas. E se podemos definir o filme ou a HQ com uma frase, então podemos dizer: é uma poderosa jornada de um anjo vingativo e a celebração do amor verdadeiro. Durante o texto, comentarei algumas das diferenças do filme e da HQ. Ou seja: cuidado com o spoilers! Sem mais delongas, então confira a nossa resenha do sensacional filme O Corvo (1994)!

Ficha  técnica de O Corvo (1994)

Data de lançamento: 1994
Tempo de duração: 1h 41min
Gêneros: Ação, Fantasia, Suspense
Direção: Alex Proyas
Roteiro David J. Schow
Elenco: Brandon Lee, Michael Wincott, Ernie Hudson
Título original: The Crow
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Sinopse:

Um homem brutalmente assassinado regressa à vida como vingador do seu assassinato e da sua noiva. – O Corvo (1994) – IMDb

Trailer:

Elenco de O Corvo (1994)

Enredo

Graças a colaboração de um corvo, o nosso protagonista Eric Draven literalmente retorna da morte para perseguir seus assassinos. Assim como na HQ, o nosso protagonista vivia uma espécie de conto de fadas com sua noiva Shelly. Entretanto, poucos dias antes de seu casamento, os dois noivos são brutalmente assassinados por membros de uma gangue violenta do centro da cidade. O ocorrido foi bem na Noite do Demônio (Devil’s Night), a noite que precede o Halloween.

Exatamente 1 ano após sua morte, Eric sai de sua sepultura e assume o manto do Corvo, um vingador sobrenatural. De início, ele está sem muitas memórias, mas ele volta ao seu antigo lar, onde já morava com sua noiva. Pinturas novas na paredes e móveis novos, tudo estava ficando completamente perfeito para que morassem juntos.  Agora, ele pinta em seu rosto os traços de um palhaço feliz e distorcido e começa a rastrear cada membro da gangue que foi responsável pelo crime, seja o membro mais irrelevante da gangue até o líder gangster Top Dollar para completar sua missão de vingança. No total: T-Bird, Funboy, Top Dollar, Tin-Tin e Tom-Tom. Entretanto, diferente da HQ, aqui no filme Top Dollar conta com a ajuda de sua irmã, que também é uma bandida cruel e que colabora com as crueldades da gangue.

Inimizades não faltam, mas temos amigos aqui?

Em sua aventura macabra, ele se reencontra com a coitada da Sarah (Sherri na HQ, e que ele não conheceu em vida), uma criança que se vê envolvida com a gangue graças à sua mãe, usuária de drogas que se relaciona com Funboy. A garota e Eric tiveram um vínculo estreito. Uma das partes mais interessantes da trama, embora as diferenças da HQ para o filme, é quando Eric manda a mãe ir cuidar da sua filha Sarah, pois “mãe é o nome de Deus nos lábios e coração de toda criança”.

Ou seja, no dia seguinte, a mãe já está até mesmo fazendo panquecas para a garota, enquanto Eric se atenta a descontar todo seu ódio em quem realmente destruiu seus sonhos. Aqui, Sarah também conhece o sargento Albrecht, que está investigando o caso do Eric Draven. Ok que comumente a polícia costuma gostar de quando bandidos são mortos, mas se tem uma ameaça maior do que uma gangue perigosa, precisa-se saber o que é!

O mais legal do filme é que aqui Eric Draven não ficou completamente sozinho enquanto realizava a sua missão de vingança. Ele tem amigos que se importam, o que dá uma maior sensação de esperança. Diferente do filme que tem mais ação e até um desenvolvimento mais interessante em relação à quem é Eric, a HQ mostra muito mais a raiva do protagonista, assim como o seu relacionamento com a sua noiva Shelly. É na HQ que a gente nota melhor a tristeza do personagem (e até do autor em seu período de depressão quando sua namorada faleceu).

Principais prêmios e indicações

Prêmio Saturno 1995 (Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, EUA)

• Indicado na categoria de Melhor Figurino, Melhor Diretor, Melhor Filme de Terror e Melhores Efeitos Especiais.

MTV Movie Awards 1995 (EUA)

• Venceu na categoria de Melhor Canção (Stone Temple Pilots)
• Indicado nas categorias de Melhor Ator (Brandon Lee) e Melhor Filme.

Trilha sonora

• Burn – The Cure
• Golgotha Tenement Blues – Machines Of Loving Grace
• Big Empty – Stone Temple Pilots
• Color Me Once – Violent Femmes
• Dead Souls – Nine Inch Nails
• Darkness of Greed – Rage Against The Machine
• Snakedriver – The Jesus and Mary Chain
• Time Baby III – Medicine
• After The Flesh – My Life With The Thrill Kill Kult
• Milktoast – Helmet
• Ghostrider – Rollins Band
• Slip Slide Melting – For Love Not Lisa
• The Badge – Pantera
• It Can’t Rain All The Time – Jane Siberry

Morte de Brandon Lee

Infelizmente, ainda era moda na época carregar armas com balas de verdade, para parecer real. Ou seja, para gravar uma das cenas de O Corvo, requeriam que a arma fosse carregada, engatilhada e apontada para a câmera. A munição carregada era real, mas sem pólvora e era para poucas cenas. Após essa filmagem em questão, portanto o assistente de armeiro limpou as armas para que os atores pudessem terminar as gravações, dessa vez com a arma com balas de festim. Além disso, dizem que as balas de festim continham mais pólvora que uma bala real, para fazer um barulho mais alto.

Brandon Lee entra no set com uma sacola de mercado contendo sangue falso, que usou nas suas filmagens. Dessa forma, durante a cena, Michael Massee, que interpretou o bandido Funboy, disparou o revolver 44 Magnum no ator. Entretanto, como muitos de nós já sabemos, o ferimento foi real e causou ferimentos graves em seus órgãos. Afinal de contas, aparentemente alguém não arrumou as armas corretamente para as gravações. Brandon Lee foi  levado as pressas para o New Hanover Regional Medical Center, na Carolina do Norte, em uma cirurgia de emergência que durou mais de 6 horas mas que, infelizmente, não foi suficiente. O ator morreu de hemorragia interna causada pelo disparo acidental aos 28 anos de idade, no dia 31 de março de 1993.

Embora muitos culpassem Michael Massee, ele não foi o real assassino de Brandon Lee e nem foi acusado por consenso de Linda Lee Emery e Eliza Hutton, mãe e noiva do ator, respectivamente. Ou seja, reconheceram que o colega de trabalho não sabia nada sobre o projétil real no revolver.

Mesmo com o perdão da família de Brandon, Michael ficou abalado. Além disso, muitas notícias dizem que ele que ficou em estado de depressão por meses. Ele permaneceu afastado da mídia e da indústria cinematográfica por quase um ano, mas quando tentou retornar, ele conseguiu poucos trabalhos inicialmente. Afinal, ficou com o estigma de ter matado um colega de trabalho. Após um tempo, Michael fez várias participações em programas de TV, como por exemplo em Arquivo X. Ele faleceu aos 64 anos, por um câncer de estômago no dia 20 de outubro de 2016.

Adaptações da HQ de James O’Barr

Nada como finalizar nossa resenha de O Corvo (1994) com uma curiosidade interessante. A famosa HQ O Corvo de James O’Barr possuem cinco adaptações, mas algumas com personagens e enredos diferentes do original. São as adaptações:

• O Corvo (The Crow), de 1994
• O Corvo: A Cidade dos Anjos (The Crow: City of Angels), de 1996.
• The Crow: Stairway to Heaven (1998)
• O Corvo: A Salvação (The Crow: Salvation), de 2000.
• O Corvo: Vingança Maldita (The Crow: Wicked Prayer), de 2005.

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