Fullmetal Alchemist: Brotherhood: Scar poderia ter se tornado herói, mas a justiça foi distorcida pela dor

Fullmetal Alchemist: Brotherhood: Scar

Fullmetal Alchemist: Brotherhood: Scar poderia ter se tornado herói, mas a justiça foi distorcida pela dor

Em Fullmetal Alchemist: Brotherhood, baseado no mangá shōnen escrito e ilustrado por Hiromu Arakawa, e também adaptado para produções live action, somos apresentados a Scar, uma das figuras mais complexas e trágicas de toda a narrativa. Ele surge inicialmente como um assassino implacável, um caçador sombrio que persegue e elimina os Alquimistas do Estado um por um. Suas ações são brutais e calculadas, e sua aparência imponente e marcada por uma cicatriz transversal no rosto apenas reforça sua imagem como um agente de vingança. Mas por trás de toda a sua fúria e sede de justiça há uma dor antiga, um trauma profundo que moldou sua trajetória até ali.

Scar é sobrevivente da Guerra de Extermínio de Ishval, um conflito brutal travado pelas forças armadas de Amestris contra o povo ishvalano. Durante essa campanha genocida, ele perdeu toda a sua família, incluindo seu irmão mais velho, que era um estudioso da alquimia e sonhava com a reconciliação entre as diferentes culturas. Scar testemunhou o colapso de seu mundo, a destruição de sua fé e o apagamento sistemático de sua cultura. Isso o levou a abandonar sua identidade anterior, a de um monge pacífico e devoto , mas para se tornar uma arma de vingança, guiado pela dor e pelo desejo de punir os responsáveis.

A princípio, Scar parece movido apenas pelo ódio. Seu julgamento é implacável e ele enxerga todos os alquimistas do Estado como cúmplices de um sistema opressor e genocida. No entanto, à medida que a história se desenrola, sua jornada começa a tomar outro rumo. Aos poucos, ele passa a questionar se a violência que comete está realmente honrando a memória dos que se foram ou apenas perpetuando um ciclo interminável de dor e destruição. É nesse momento que Scar começa a se transformar de verdade.

Ele se vê obrigado a trabalhar ao lado de antigos inimigos, como os irmãos Elric, e até mesmo de membros do próprio exército que outrora desprezava. Em meio a essas alianças temporárias e relutantes, Scar começa a enxergar nuances no mundo que antes via em preto e branco. Ele descobre que há alquimistas que também lutam contra a corrupção interna de Amestris, que há soldados que choram pelos pecados da guerra, e que nem todos que vestem um uniforme são monstros.

Essa transição não acontece da noite para o dia. É um processo lento, repleto de conflitos internos, dúvidas morais e momentos de reflexão silenciosa. Scar não esquece seu passado, mas aprende a usá-lo como combustível para algo maior do que a vingança: a reconstrução. Ele abraça, com o tempo, o papel de alguém que pode ajudar a criar uma nova ordem, onde povos como o seu não sejam mais alvos do preconceito e da violência.

O que diferencia Scar de muitos vilões convencionais é essa capacidade de evolução. Ele não é movido por ambições de poder, dominação ou ego. Ele carrega a dor de um povo destruído, e suas ações, por mais violentas que sejam, nascem de uma ferida legítima. Em outra realidade, se a guerra de Ishval jamais tivesse ocorrido, Scar poderia ter vivido como um homem simples, devoto, talvez até como um líder espiritual. Seu espírito era, por natureza, pacífico. Ele não nasceu para a guerra, mas foi arrastado para ela pelo luto e pela injustiça.

No fim, Scar representa algo poderoso: a ideia de que o que chamamos de “vilão” nem sempre é alguém inerentemente mau. Às vezes, é apenas alguém quebrado por um sistema cruel, moldado pelas cicatrizes do passado. Ele é a prova viva de que, mesmo após cometer atrocidades, ainda é possível encontrar um caminho de redenção. Sua história é uma lembrança dura, porém necessária, de que os piores monstros da guerra nem sempre são os que aparecem nos campos de batalha, mas sim os que sobrevivem a ela, marcados para sempre.

 

Trailer de Fullmetal Alchemist: Brotherhood

 

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Austra Caroline

Come to the Dark Side. We have coffee with cookies! ☕ Sou Arqueóloga e estudante de História, com atuação como Educadora Patrimonial, onde busco preservar e compartilhar o valor do nosso patrimônio cultural. Além disso, sou redatora em sites voltados para conteúdo nerd, Geek e cultura pop, sempre explorando o universo da cultura geek com entusiasmo. Sou apaixonada por jogos de Hack & Slash, com destaque especial para a série Devil May Cry, que alimenta minha paixão pelo gênero. Nas horas vagas, também me dedico à escrita, onde expresso minha criatividade e amor pela narrativa.

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