
Para quem busca uma experiência sensível, profunda e esteticamente marcante, Blue Period é uma joia que merece atenção. Inspirado no mangá homônimo de Tsubasa Yamaguchi, esse anime do estúdio Seven Arcs estreou em outubro de 2021 e conta com 12 episódios disponíveis na Netflix. Trata-se de uma adaptação que, mesmo tendo passado discretamente pelo radar de muitos espectadores, oferece uma narrativa poderosa e intimista, especialmente voltada ao público seinen, uma demografia que costuma valorizar histórias mais maduras, reflexivas e emocionalmente densas.
Seguindo os gêneros drama e slice of life, Blue Period nos apresenta Yatora Yaguchi, um estudante do ensino médio aparentemente exemplar: boas notas, amigos, popularidade e um comportamento que atende perfeitamente às expectativas da sociedade. No entanto, por trás dessa fachada, ele se sente entediado, vazio e desconectado de si mesmo. Tudo muda quando Yatora se depara com uma pintura feita por um colega no clube de arte. A experiência é transformadora. É como se, pela primeira vez, ele enxergasse uma nova linguagem capaz de expressar sentimentos que não cabem em palavras. A partir daí, Yatora mergulha de cabeça no mundo das artes visuais, enfrentando os desafios técnicos, emocionais e sociais que acompanham essa escolha inesperada.
Dirigido por Koji Masunari e Katsuya Asano, Blue Period impressiona não apenas pela fidelidade à obra original, mas também pela sensibilidade ao retratar o desenvolvimento interior de seu protagonista. É um anime sobre arte, sim, que fala sobre técnicas, história da pintura, estudos para o vestibular da prestigiada Universidade Nacional de Belas Artes de Tóquio; mas, acima de tudo, é uma obra sobre autoconhecimento. A arte surge aqui não como enfeite ou enredo auxiliar, mas como uma força transformadora, quase espiritual, que ensina o protagonista a encarar seus próprios limites, inseguranças e paixões.
A trilha sonora composta por Ippei Inoue complementa perfeitamente esse mergulho emocional. Com momentos que vão do contemplativo ao intensamente dramático, a música ajuda a construir uma atmosfera que dialoga diretamente com o mundo interior dos personagens. A direção de arte e o design visual também merecem destaque. Embora o orçamento da animação não seja comparável ao de grandes blockbusters do gênero, o anime encontra maneiras criativas de representar o impacto das obras de arte e a subjetividade das experiências artísticas de Yatora. Certas cenas, especialmente aquelas que mostram o protagonista sendo tocado por uma imagem ou por uma cor específica, conseguem transmitir emoções complexas com delicadeza e beleza.
Outro ponto forte da série é a forma como ela aborda o ambiente competitivo e exigente do universo acadêmico das artes. Ao escolher trilhar um caminho pouco convencional e cheio de incertezas, Yatora precisa enfrentar o preconceito, o medo do fracasso e a constante comparação com outros estudantes mais experientes. Achei bem realista, sabe? Há também um cuidado especial com os personagens secundários, como os colegas do cursinho preparatório e os professores, todos retratados com nuances e complexidades que enriquecem ainda mais a narrativa.
Por tudo isso, Blue Period é um anime que merece ser descoberto e apreciado com calma. Embora não tenha recebido a mesma atenção que outras produções de 2021, é uma obra profundamente humana e inspiradora, que fala diretamente com qualquer pessoa que já se sentiu deslocada, insatisfeita ou em busca de um propósito. É uma história sobre ter coragem para mudar, mesmo quando tudo parece estar no lugar certo por fora, mas vazio por dentro. Disponível na Netflix, Blue Period é indicado tanto para jovens quanto para adultos que valorizam narrativas introspectivas e bem construídas.
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